ENTREVISTA NA ADITAL.

Instituto Tupinambá consolida banco comunitário e é referência na região Norte


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Tatiana Félix *

Adital -
Inaugurado em janeiro de 2009, o Banco Comunitário Tupinambá surgiu para atender as necessidades da população do bairro Baía do Sol, na Ilha do Mosteiro, localizada em Belém, no Pará. Até então, os moradores tinham que se deslocar por mais de uma hora para resolver seus serviços bancários. "Agora, o banco comunitário recebe as contas, e parte do dinheiro ainda fica na comunidade", ressaltou um dos coordenadores do banco, Marivaldo Del Vale.
Com o objetivo de promover o desenvolvimento local, no Banco Comunitário Tupinambá a população pode, além de pagar suas contas, obter microcrédito produtivo e empréstimos a juros abaixo do mercado e abrir conta corrente.

Com o oferecimento destes serviços, a consolidação do banco, que é o primeiro Banco Comunitário da Região Amazônica, se deu ontem (31) com a inauguração do Instituto Tupinambá. "O objetivo maior com o Instituto é fazer com que o banco se consolide. Queremos ser referência de bancos comunitários da região Norte e isso nós já estamos conseguindo", destacou Marivaldo.
Antes era a Associação Cultural de difusão comunitária Tupinambá a gestora do banco. No entanto, o estatuto da entidade limitava a atuação da instituição financeira popular, segundo Marivaldo. "Como instituto vamos poder agora participar dos editais do governo federal", disse, adiantando que nos próximos seis meses o Instituto será uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP.

Marivaldo contou que antes de implementar o banco foi feita uma pesquisa para traçar o perfil dos empreendedores da comunidade. "Mas poucos se enquadravam no perfil da Economia Solidária", disse. Então, desde a criação do banco comunitário, eles começaram a difundir essa economia de base popular, cooperativista e autogestionária, e hoje já são 10 empreendimentos que se encaixam neste perfil na localidade.

Através de sua própria moeda social, o Moqueio, o banco promove uma estratégia de financiamento para produção e consumo local, realizando empréstimos para ‘prossumidores', ou seja, produtores e consumidores. "O empréstimo produtivo é feito para pequenos empreendedores e pode ser em Real (moeda oficial do Brasil) ou em Moqueio", explicou. Os empréstimos para os consumidores são feitos na moeda social.

A moeda solidária tem o objetivo de promover o consumo na própria comunidade, fortalecendo a economia local e gerando crescimento da região. Com o Moqueio o consumidor compra nos empreendimentos cadastrados pelo banco, e em geral, ganham desconto nas transações comerciais. O nome Moqueio é uma homenagem à técnica utilizada pelos índios Tupinambás, para a conservação dos alimentos.

À exemplo do Instituto Palmas, localizado em Fortaleza (CE) e referência na área, o Instituto Tupinambá está auxiliando na abertura de 15 novos bancos comunitários que estão sendo criados na região Norte do país.

Mais informações em: http://bancotupinamba.blogspot.com/

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