Sala de Bem Estar - Inovadoras - Matéria Site Natura



“A gente se sente bem em fazer o bem”. É assim que a consultora Natura Maria Ivoneide do Vale, 47 anos, resume o motivo de dedicar a vida à economia solidária. Vinda de Fortaleza (CE), onde participou da abertura de um banco comunitário, ela partiu, em 1998, para a pequena Ilha de Mosqueiro, distrito administrativo de Belém (PA) e terra da família de seu marido.

A experiência que havia adquirido serviu para estruturar o Banco Tupinambá, na pequena comunidade da Baía do Sol, com 7 mil habitantes, e que abriria as portas no início de 2009. Naquele momento, o projeto não contava com apoio financeiro e ela usava a renda como consultora para colocar seu objetivo em prática, além de batalhar para fechar parcerias que pudessem levar o projeto adiante.
Mas o que faz exatamente um banco comunitário? Além de abrir contas correntes e permitir o pagamento de contas, oferece crédito a juros baixos para os empreendedores locais. No caso do Tupinambá, há ainda uma moeda social, o moqueio, que faz o dinheiro circular dentro da cidade. Funciona assim: o banco empresta pequenas quantias em moqueio para as necessidades básicas dos moradores, inclusive comprar comida. Isso permite que eles continuem consumindo e os estabelecimentos sigam funcionando, o que gera circulação de renda e empregos.
Ao longo do período de funcionamento do banco, os resultados são notáveis. “Nós pegamos uma comunidade que consumia 2%, localmente. Hoje, 83% do consumo das pessoas se dão no comércio local. É visível o crescimento econômico e a melhora de vida das pessoas”, diz Maria Ivoneide, que comemora o aumento no número de estabelecimentos comerciais e a dinamização da economia na região. Dessa forma, os moradores adquiriram maior qualidade de vida e autoestima.
Mais nova de dez irmãos, Maria Ivoneide se sente realizada com o Banco Tupinambá. “Para mim, o que você constrói não tem dinheiro que pague. O que fica realmente é olhar o que você fez e ver que chegou na outra ponta, onde muita gente poderia chegar e não chegou. Eu construí o meu diploma” , diz, sorrindo, e lembrando dos sorrisos que recebe dos moradores da Baía do Sol.

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