CARTA DA REDE BRASILEIRA DE BANCOS COMUNITÁRIOS


AOS QUE DEFENDEM UMA RENDA EMERGENCIAL PARA TODOS BRASILEIROS

Somos a Rede Brasileira de Bancos Comunitários (RBBC), somamos 114
bancos em todo o Brasil, estamos em 20 estados e 37 municípios.

Nossa atuação se dá de forma descentralizada, principalmente, em
comunidades de baixa renda: indígenas, quilombolas, ribeirinhos, semiárido e em periferias Rurais e Urbanas.

Os Bancos Comunitários trabalham com Moedas Sociais Digitais, através de uma plataforma Nacional chamada E-dinheiro, legalmente registrada no Banco Central. A Moeda Social Digital se caracteriza por fazer o dinheiro circular em um determinado bairro/município, oxigenando as economias
locais. Toda riqueza gerada por sua circulação é reinvestida coletivamente e não acumulada privativamente, como nos bancos comerciais.

O município de Maricá-RJ, é nosso maior exemplo. Foi pioneiro em pagar benefícios sociais através de Banco Comunitário. 40 mil pessoas recebem da Prefeitura uma Renda Básica, mensalmente, através da Moeda Social Mumbuca. Tudo funciona e os resultados na economia local impressionam!

Dezenas de estudos e reportagens, nacionais e internacionais, destacam o modelo adotado por Maricá.

Estamos acompanhado e apoiando a proposta de vários partidos e
organizações da sociedade civil para criação de um Programa Federal de
Emergência: Renda Básica da Cidadania, Renda Mínima ou Seguro Renda Emergencial, todos convergem para o mesmo ponto: assegurar renda para todos brasileiros, durante a pandemia do coronavírus.

Sugerimos que os Srs. defendam a possibilidade dos Bancos Comunitáriossu seremm dos meios de pagamento desse Programa, contribuindo com suas Moedas Sociais para que o consumo das famílias beneficiadas salvem
milhares de outras pequenas empresas, a exemplo do que ocorre em Maricá e outros municípios.

Sabemos a RBBC poderá atender em poucas localidades. Não importa. O
fundamental é já irmos experimentando, na prática, esse novo modelo de banco. Do contrário, iremos alimentar o sistema tradicional e sua cadeia de
intermediários (bandeiras e adquirentes), que acumulam bilhões nas mãos dos banqueiros e oferecem um serviço de péssima qualidade para a população.

Entendemos que precisamos combater a pandemia enfrentando o vírus e desidratando o responsável por todos os males: a desigualdade e
concentração de renda.

Sim, primeiro a vida, depois a Economia! Mas se der pra fazer os dois juntos, vale a pena sonhar e fazer brotar o novo!

Rio de Janeiro, 25 de março de 2020.

REDE BRASILEIRA DE BANCOS COMUNITARIOS